RECITAL NÓS, ELAS E TEC.
O trabalho consta de pesquisa sobre poemas que falam de sentimentos, arte, valorização do humano e relações interpessoais, nos seus mais variados momentos, sentimentos, situações, e posturas diante da vida cotidiana. Em ”Nós, Elas e Etc.” evidenciamos a essência da palavra poética brilhantemente “capturada” nas obras de Fernando Pessoa, Adélia Prado, Martha Medeiros, Florbela Espanca, Carlos Drummond de Andrade, Josette Lassance, Elias José, Martha Medeiros, Antonio Tavernar e Cecília Meireles. Lídia, Clarisse, Adélia, Mariana, Danusa e Marina revelam faces sensíveis, ousadas, nostálgicas, rebeldes e reflexivas, retratos de tantas histórias, recolhidas com maestria em poesias singelas que tocam a alma com suavidade e ternura, e que oportuniza um pensar o “ser” sob um olhar especial, o olhar feminino.
As meninas
Arabela
abria a janela.
Carolina
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
E Maria
olhava e sorria: "Bom dia!"
Arabela
Arabela
foi sempre a mais bela.
Carolina
Carolina
a mais sábia menina.
E Maria
E Maria
Apenas sorria:"Bom dia!"
Pensaremos em cada menina
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.
Mas a nossa profunda saudade
Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
"Bom dia!"
Cecília Meireles, Ou isto ou aquilo, Nova Fronteira
RECITAL TEMPO DE LER
A literatura é uma arte, uma linguagem que possui aspectos próprios, ricos e instigantes que abrem para o homem um campo de novas informações que ampliam o conhecimento acerca da própria literatura e da vivência humana, ato que propicia ao indivíduo não apenas ser o expectante da literatura em si, mas, sobretudo, sobre a importância deste no seu fazer cotidiano, em sua vida laboral.
No Recital TEMPO DE LER o Grupo traz a experiência da leitura sensível na metaforizada na "palavra poética" nas obras de Eliana Barriga, Mario Lago, Lêdo Ivo, Juraci Siqueira, Marta Medeiros, Adélia Prado, entre outros poetas homenageados. O trabalho consta de pesquisa de obras que remotam ao gosto de ler e o sabor de vivenciar o texto com alegria e entrega expectante.
No Recital TEMPO DE LER o Grupo traz a experiência da leitura sensível na metaforizada na "palavra poética" nas obras de Eliana Barriga, Mario Lago, Lêdo Ivo, Juraci Siqueira, Marta Medeiros, Adélia Prado, entre outros poetas homenageados. O trabalho consta de pesquisa de obras que remotam ao gosto de ler e o sabor de vivenciar o texto com alegria e entrega expectante.
Canção para os fonemas da alegria
Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente para desfraldar
este canto de amor publicamente.
Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino.
Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,
e poder ver que dentro dela vivem
paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis gerando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa.
Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavras
aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre num clarão
que o mundo é seu também, que o seu trabalho
não é a pena paga por ser homem,
mas o modo de amar – e de ajudar
o mundo a ser melhor. Peço licença
para avisar que, ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo, fronte a fronte
contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura.
Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler.
Primeiramente para desfraldar
este canto de amor publicamente.
Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino.
Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,
e poder ver que dentro dela vivem
paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis gerando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa.
Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavras
aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre num clarão
que o mundo é seu também, que o seu trabalho
não é a pena paga por ser homem,
mas o modo de amar – e de ajudar
o mundo a ser melhor. Peço licença
para avisar que, ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo, fronte a fronte
contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura.
Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler.
(Thiago de Mello)
Fonte: Freire, P. 1978. Educação como prática da liberdade, 8a edição. RJ, Paz e Terra. O poema foi originalmente publicado em 1965.
Fonte: Freire, P. 1978. Educação como prática da liberdade, 8a edição. RJ, Paz e Terra. O poema foi originalmente publicado em 1965.
RECITAL DA GENTE
Uma homenagem merecida ao ser amazônida nas obras de Eneida de Moraes, Antonio Silva, Eliana Barriga, Izarina Tavares, Antonio Tavernard, Fernando Pessoa e Juraci Siqueira, nosso grande poeta homenageado. Na fala dos poetas evidenciamos a essência de faces sensíveis recolhidas com maestria em poemas singelos que tocam a alma com suavidade e ternura.
TRAVESSEIRO DE PEDRA
Sou uma sombra caminhando sobre
a fímbria desta luz que te encandeia
na senda da existência onde caminhas
à procura do ser – verbo incriado.
Transmito no meu canto o que me dita a pedra
o que me dita o mar o fogo e o vento
mas sem deixar de ser um só momento
o próprio vento o fogo o mar e a pedra.
Cavalgo ave-marias carrego estrelas
no saco de dormir e às vezes canto
uma canção azul para ninar meus sonhos.
Um dia partirei sem despedidas
num raio de luar ou num cometa
e para que não sigas meu caminho
não deixarei pegadas na soleira
nem marcas digitais sobre a janela.
Te deixarei, porém, meu travesseiro
de pedra minha pena e minha insônia
para que possas aprender sozinho
a inventar a vida a encantar serpentes
a desnudar verdades rasgar horizontes
tecer madrugadas e deitar sementes
de poesia no ventre das manhãs cinzentas.
Sou uma sombra caminhando sobre
a fímbria desta luz que te encandeia
na senda da existência onde caminhas
à procura do ser – verbo incriado.
Transmito no meu canto o que me dita a pedra
o que me dita o mar o fogo e o vento
mas sem deixar de ser um só momento
o próprio vento o fogo o mar e a pedra.
Cavalgo ave-marias carrego estrelas
no saco de dormir e às vezes canto
uma canção azul para ninar meus sonhos.
Um dia partirei sem despedidas
num raio de luar ou num cometa
e para que não sigas meu caminho
não deixarei pegadas na soleira
nem marcas digitais sobre a janela.
Te deixarei, porém, meu travesseiro
de pedra minha pena e minha insônia
para que possas aprender sozinho
a inventar a vida a encantar serpentes
a desnudar verdades rasgar horizontes
tecer madrugadas e deitar sementes
de poesia no ventre das manhãs cinzentas.
(Antonio Juraci Siqueira) - Nosso grande inspirador!!
Outras Intervenções Poéticas
Recital De Mulheres 2002-2004;
Brincar de roda 2002-2004;
Os Cem que sendo Sem são Dezenove ( Homenagem aos 19 mortos em Eldourado dos Carajás) 2002;
Tantos Brasis 2003;
Mulher em Cor e Matizes 2003-2005;
Nas teias do saber a descoberta de Aprender 2005-2007.
5 comentários:
Égua... nem acredito que já se passaram 11 anos! Eu tenho orgulho de dizer que sou uma das fundadoras, tenho até foto do primeiro espetáculo, vou mandá-las pra vcs. A Rai tem um jornal que fala do 1º espetáculo. Sorte a vcs, eu amei a época que participei do grupo.
Eu conheci o trabalho do grupo, na verdade de uma parte do grupo: Rose e sua pupila! Lindas. O bastante para me encantar e saber q o trabalho é sério. Mas sou suspeita. Adoro a Rose e mais ainda vê-la crescendo na nossa arte. beijos
A Adriana Modesto é realmente figura mui cara nessa trajetória... é um dos pilares que estão na base do que hoje se constitui esse trabalho sensível que nos move. A ela um cheiro de saudade e o convite, sempre novo, de tecer conosco uma nova história assim que desejar retornar.
Merda pra tu pupila!!!
querida sobrinha, parabéns pelo sucesso do grupo, assim vcs valorizam a arte e prestigiam o folclore, ssucesso a todos e q deus abençoe a todos
INFELIZMENTE, AINDA NÃO TIVE O PRAZER DE ASSISTIR ÀS PERFORMANCES POÉTICAS,MAS JÁ OUVI MUITOS COMENTÁRIOS ELOGIOSOS... ADMIRO MUITO O TRABALHO DA ROSE E DO BRUNO, POIS JÁ OS VI EM CENA: SÃO EXCELENTES ATORES... E SEI QUE OS OUTROS INTEGRANTES TAMBÉM O SÃO. DEUS OS ABENÇOE E QUE CONTINUEM FAZENDO SUCESSO POR ONDE PASSAREM... BEIJOS POÉTICOS!!!
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